sábado, 28 de novembro de 2015

#QLQRUA - Profissão: não me julgue pelas ações dos outros

Profissão: não me julgue pelas ações dos outros. Eu não falaria sobre isso, na crônica pré-despedida da série eu queria um assunto mais ligth. Mas não dá. Tenho visto uma enxurrada de críticas a diferentes profissões, só que neste caos de acusações, muitas verdades e muitas mentiras, quem está sofrendo uma pressão mental são aqueles que se mantém corretos e são éticos.

Com a proibição do Uber em Porto Alegre, com os protestos dos taxistas e os taxistas que agrediram um motorista do Uber, toda a categoria está sofrendo uma dura crítica social. Um boicote se organiza, poucos pensam que o táxi é o ganha pão de muitas famílias, que muitos motoristas não estão nem ai para o Uber.

Li sobre um grupo de advogados que vem sofrendo poucas e boas, já que são acusados de mentirosos e corruptos, pois trabalhavam no mesmo escritório de um  profissional preso por lavagem de dinheiro.

Vira e mexe acusam todos os jornalistas de alguma coisa. Em protestos, ou qualquer lugar com uma união de pessoas, os jornalistas, muitas vezes, são impedidos de trabalhar. Muitos são agredidos, nem ao mesmo as pessoas pensam no valor vital destes profissionais para a manutenção da democracia. Além disso, sempre carregam o selo de “fofoqueiros nível master”, graças aos colegas que trabalham na editoria de 'celebs'.

As secretárias que vira e mexe viram alvo das línguas afiadas, já que diz a lenda que muitas têm casos extraconjugais com seus chefes. Sobra até para quem nunca nem imaginou ter algum enlace afetivo com quem lhe paga o salário no final do mês.

Assim como nas características físicas, no qual recebemos rótulos na testa, como profissionais muitos também ganham rótulos. Pior, têm suas reputações profissionais arrasadas por causa de um mito, novo ou velho.

O mais triste nisto, é perceber que muitos esquecem que antes de ser um profissional, há ali um ser humano, cheio de qualidades, manias e erros. Mais acertos que erros. Apenas esquecemos que um pé de laranja estragada não significa que o pomar inteiro esteja afetado.
Criticar é uma coisa, tornar o momento em uma série de xingamentos sem a mínima base é outra bem diferente.

Protestar para o fim é uma coisa, partir para agressão física ou moral é algo muito pior.
Assim como os rótulos pessoais, devemos abolir os rótulos profissionais, os que colocam em nós e o que colocamos nos outros. Não é uma tarefa fácil, mas se cada um fizer a sua parte, conviver e respeitar o outro tornará a vida nestas loucas sociedades mais fácil.

------------------------------------------------------------------------------------------------
Bateu uma tristezinha! Como assim, sábado que vem acaba! É amigos, passados dois anos eis o fim de uma meta, essa é a crônica 69 e sábado que vem a de número 70. A série Em qualquer Rua pode ser lida aqui.

Sem comentários: