quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Portais da cidade, não seria o retorno do erro?
"Os portais começam em janeiro, se o ônibus já vai lotado imagina quando começar. Tudo está sendo acertado sem que a população saiba". Esse é um depoimento de uma fonte, que não posso falar o nome, que me disse que os Portais da Cidade começaram a serem usados em janeiro o que altera-rá a rota dos ônibus que atendem os bairros portoalegrenses.
Por exemplo a Lomba do Pinheiro não contará mais com as linhas diretas (rápida) e com as linhas que vão para o Centro via Ipiranga, essas serão substitudas por carros que irão até o terminal da Antônio de Carvalho e lá poderam pegar outro ônibus que irá para diferentes destinos. O mesmo vai acontecer com os demais pontos de Porto Alegre.
O prefeito diz que isso irá facilitar a vida do usuário e o trânsito caótico da capital gaúcha. Sobre os portais e a visão do prefeito é só ler a matéria da prefeitura sobre a reunião do último dia 26 de setembro. http://www2.portoalegre.rs.gov.br/portal_pmpa_novo/default.php?p_noticia=134466&PROJETO+PORTAIS+DA+CIDADE+ENTRA+EM+NOVA+FASE
Voltando a discussão quem mora em Porto Alegre a mais de 20 anos sabe que essa experiência já foi feita em 1980 e 1990 e não deu certo. Retoma-lá agora será que não seria retomar o erro. A população da cidade hoje é o triplo do que era a duas décadas atrás. Do exemplo citado terá apenas um ônibus saindo do bairro via Centro a cada 20 minutos. É pouco. Se hoje passam quatro linhas diferentes a cada 10 minutos e mesmo assim o coletivo vai lotado imagina um só.
A proposta da prefeitura não é ruim, só que a Capital não suporta. No momento que as pessoas começarem a se incomodarem com a dificuldade do transporte coletivo vão comprar carros, novos, usados, seminovos, não importa vão comprar e a frota que atualmente não é nada pequeno dobra-rá. Bicicleta é linda mas não é o melhor transporte para subir o morro ou uma lomba.
Enfim se os portais forem instalados e nã derem certo, coisa bem provável segundo minha fonte, quem vai sofrer é a população porto-alegrense e as avenidas. "Os empresários só estão pensando no deles", salienta a fonte.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
Isso é praticamente a minha vida.
por Fabricio Carpinejar, publicado na Zero Hora do dia 27 de setembro de 2011.
Se você já foi um universitário ou tem um filho na universidade, entende o valor da temida sigla TCC.
Na teoria, a tarefa se exibe fácil. Arrumar um tema, depois juntar material de pesquisa, atender aos conselhos de um professor orientador e, por fim, escrever 60 páginas. O fim nunca se encerra. No momento de pôr as ideias na tela, o último semestre demora mais três e o pânico devora as letras do teclado como um vírus.
Não se é humano com o TCC. É um crime se divertir, arejar a cabeça, brincar durante o período. A expectativa de solucionar um problema da carreira a partir de um texto acadêmico torna-se o problema. O futuro ganha o sinônimo de PRAZO ESGOTADO. A esperança tem o subtítulo ANOTAR ALGUMA COISA, QUALQUER COISA, POR FAVOR, ME AJUDA. O sujeito não tem mais passado, mas BIBLIOGRAFIA. Não existe lembrança, e sim FONTE.
Muito fácil reconhecer o graduando na rua. Andará vagaroso, vidrado nos cadarços soltos do próprio tênis, rosto maltratado, remela nos olhos, roupas sobrepostas de quem se acordou agora e pegou as primeiras peças pela frente. Demonstrará irritação e uma dificuldade de entender a lógica do idioma. É um poço de culpa, ou porque não dormiu para estudar, ou porque dormiu e não estudou.
por Fabricio Carpinejar, publicado na Zero Hora do dia 27 de setembro de 2011.
Arte de Hieronymus Bosch |
Se você já foi um universitário ou tem um filho na universidade, entende o valor da temida sigla TCC.
TCC é tudo. O resto é nada. Você é nada, uma ameba, um protozoário perto de um TCC.
O Trabalho de Conclusão do Curso é a greve de existir do jovem. Faz o vestibular parecer um feriado.
O TCC é a TPM do Ensino Superior, a cadeira derretida do inferno, a desculpa para não realizar mais nada.
Não
se vive com um TCC. A monografia final da graduação é a fita azul que
enrola o canudo, é a provação derradeira para emoldurar o diploma, é o
que separa o capelo do céu.
Na teoria, a tarefa se exibe fácil. Arrumar um tema, depois juntar material de pesquisa, atender aos conselhos de um professor orientador e, por fim, escrever 60 páginas. O fim nunca se encerra. No momento de pôr as ideias na tela, o último semestre demora mais três e o pânico devora as letras do teclado como um vírus.
O
TCC é o Gulag do adolescente, o exílio solar, a solidão noturna. É o
bilhete de suicídio prolongado em livro. É o mesmo que receber
simultaneamente a notícia de gravidez e esterilidade.
Não se é humano com o TCC. É um crime se divertir, arejar a cabeça, brincar durante o período. A expectativa de solucionar um problema da carreira a partir de um texto acadêmico torna-se o problema. O futuro ganha o sinônimo de PRAZO ESGOTADO. A esperança tem o subtítulo ANOTAR ALGUMA COISA, QUALQUER COISA, POR FAVOR, ME AJUDA. O sujeito não tem mais passado, mas BIBLIOGRAFIA. Não existe lembrança, e sim FONTE.
Muito fácil reconhecer o graduando na rua. Andará vagaroso, vidrado nos cadarços soltos do próprio tênis, rosto maltratado, remela nos olhos, roupas sobrepostas de quem se acordou agora e pegou as primeiras peças pela frente. Demonstrará irritação e uma dificuldade de entender a lógica do idioma. É um poço de culpa, ou porque não dormiu para estudar, ou porque dormiu e não estudou.
Algumas respostas básicas de um universitário redigindo o TCC:
Você namora? – Não posso agora, estou preocupado com o TCC.
Vamos tomar um café no fim de tarde e pôr o papo em dia? – Não dá, tenho que fazer o TCC.
Que tal Green Valley no domingo? – Nem pensar, estou com o TCC parado.
Topa churrasco de noite? – Nunca, não avancei no TCC.
Um cineminha hoje, para descontrair um pouco? – Desculpa, estou atrasado para o meu TCC.
Onde você está? – Tentando achar uma posição confortável para escrever meu TCC.
Você leu a crônica de Carpinejar em Zero Hora? – Não, só leio o que interessa ao meu TCC.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Transformando o mundo em uma nova casa
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http://mundoparamorar.com.br/
*Isso não é publicidade. Dei destaque porque achei a iniciativa interessante.
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