quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Um passo para a paz?

A bandeira foi hasteada juntamente com a do Vaticano - Foto: Mark Garten
Será um passo para a paz? Talvez não. A questão Israel e Palestina é muito antiga, cheia de subjetivismos, que aqui faltará espaço para explicar. Mas um passo para o reconhecimento do Estado Palestino, esse sim, foi dado. Nessa tarde desta quarta-feira, 30 de setembro, pela primeira vez a bandeira da Palestina foi hasteada na sede geral das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque (EUA), e lá no alto ficou tremulando junto com os pavilhões de outros países.

Eram por volta das 14h15, pelo horário de Brasília (13h15 hora local) que em uma pequena cerimônia de 15 minutos que a bandeira palestina foi hasteada, o evento aconteceu em meio a Assembleia Geral e contou com a presença de Mahumd Abbas, presidente palestino, e do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Mon.

Durante a cerimônia - Foto: Mark Garten
Uma multidão estava presente tanto no local, tanto na Palestina, assistindo pela televisão. Em discurso, Abbas ressaltou: "neste momento histórico, digo ao meu povo em todo lugar: hasteie a bandeira dos palestinos muito alto porque ela é o símbolo da nossa identidade. É um dia de orgulho".


A decisão de hastear a bandeira da Palestina foi tomada recentemente

A bandeira palestina - Foto: AP
No dia 10 de setembro a Assembleia Geral aprovou uma resolução para permitir que a bandeira da Palestina e do Vaticano (ambos com status de observadores) fossem hasteadas junto aos demais pavilhões dos países membros.

A resolução teve o apoio de 119 países, 45 abstenções e oito votos contra, sendo estes de Israel, Estados Unidos e Austrália.

#Notícias

domingo, 27 de setembro de 2015

Todo mundo precisa desligar por alguns dias


Curtindo de boa na lagoa
Todo mundo precisa desligar por alguns dias. Parar com tudo,sabe?! Este ano não parei quieta, na verdade desde dezembro passado. Até este sábado a tarde, 26 de setembro, consegui tirar apenas três dias de folga no Carnaval. Ao longo de 2015 foram um bocado atividades...

Em 10 meses fiz um freela em loja, freela para um site de franquias, freela por fora como assessoria, dedicação ao 2 Minutos. Tive ainda o prazer de produzir e ser a apresentadora do boletim Estação do Pan, duas vezes por dia, na Rádio Estação. Mantive as atualizações das crônicas da série Em qualquer Rua, fiz dois cursos: em Comentário Esportivo e em Jornalismo de Dados.

Nestas últimas semanas além do trabalho, do fim do curso, dos blogs, estudei muito para uma prova. Muito mesmo. Para ajudar fiquei doente, na verdade foram as irmãs siamesas rinite e asma, acompanhadas de um resfriado me maltrataram um pouquinho, ainda descobri que não teria mais clientes, e assim fiquei sem dinheirinhos. Sério, cansei.

Preciso de uns dias para desacelerar, apertar o freio sabe, por isso este sábado nada de inédito na série Em qualquer Rua. Vou ficar assim, meio deitadona, curtindo uma tv, jogando uns games, lendo um livro, ou tipo isso. Mas no sábado que vem trago novas crônicas. Estes três dias, que me dei de folga, recolarão minhas energias em ordem e voltarei a todo o vapor. Afinal, não consigo ficar muito tempo longe de uma agitação. ;)

sábado, 19 de setembro de 2015

#QLQRUA: Todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite

Tina, personagem de Maurício de Sousa./ Imagem: reprodução
Como diria a música: "Todo mundo espera alguma coisa de um sábado a noite", o que talvez o autor da canção, Lulu Santos, não esperava é que muitas pessoas querem neste dia apenas o silêncio.

Sim, o silêncio. Sem a agitação dos dias da semana, em que a rotina faz boa parte das pessoas irem para suas camas mais cedo, a noite de sábado é mais longa, vai madrugada a dentro. Não há, muitas vezes, a obrigatoriedade de acordar cedo, afinal é domingo. Logo, o sábado vira dia e noite de estudo.

Quem tem uma importante prova para fazer, quer por as leituras em dia, quer se atualizar, precisa se atualizar, e no caso dos professores corrigir os trabalhos e provas e colocar em ordem o caderno de chamada, o sábado acaba sendo um privilégio. Principalmente se acompanhado de uma temperatura baixa e chuva.

Quando todos da casa vão dormir ou saem de casa para alguma festa, baile ou bar, os cadernos, livros (impressos ou eletrônicos) viram companhia, assim como uma xícara de chá, café ou chocolate quente. Uma manta para tapar as pernas, um bom local para encostar as costas é tudo que uma pessoa neste perfil estudante precisa.

Todo mundo que necessita ler e estudar espera alguma coisa de um sábado a noite. Espera conseguir adquirir mais conhecimento, quer o silêncio, e uma boa dose de atenção.

Se o sábado a noite traz esse conforto, tão necessário, esperasse que o domingo também tenha algum tempinho disponível para continuar as tarefas. Já que segunda-feira toda a rotina seguirá e o tempo para dedicar a atenção aos estudos diminui.

Que os sábados a noite sejam muito bem aproveitados por quem precisa estudar. Que quando as altas temperaturas chegarem , algumas destas noites mais longas possam ser também usufruídas não apenas nas companhias dos livros, mas também da família, dos amigos, e quem sabe de uma cerveja bem gelada.

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Confira outras crônicas da série Em Qualquer Rua clicando aqui.

*editada às 21h53

domingo, 13 de setembro de 2015

#QLQRUA: Mudar é para quem tem coragem

A artesã trabalhava com lãs e linhas/ Foto: Mira Imagens
A artesã cheia de orgulho conta da sua nova trajetória de vida, logo após entrar no ônibus e sentar. Fala ao estranho a sua nova vida e como a mudança está sendo benéfica.

A senhora de rosto redondo, bochechas rodadas, maquiagem bem feita, nem gorda nem magra, mas com barriga, herança de duas gestações, seios fartos, portadora de um óculos discreto,blusa florida, calça jeans e sapatilha azul, aparentava ter pouco mais de 50 anos, demostrava simpatia e boa de papo. Empolgada, sim, dava para perceber, antes mesmo de abrir a boca, simplesmente por sorrir, mesmo em silêncio na fila para pegar o coletivo.

A mulher estava animada, depois de passar a vida inteira no interior ela veio morar em Porto Alegre. Era orgulho morar na Capital, mais ainda, ter toda a família aqui.

A artesã veio para a cidade acompanhar a filha. Só que a história é bem mais longa. Primeiro veio o filho prestar vestibular para direito, não passou, voltou para casa e tentou uma faculdade da região. Passou. A filha tentou arquitetura na mesma universidade do irmão por duas vezes e não passou. Tentou aqui e foi aprovada. Feliz da vida a menina veio de mala e cuia para a cidade, contudo, ela não imaginava que a adaptação seria tão difícil. Não curtiu morar em república, nem uma amiga de confiança para dividir um apartamento, morar sozinha tentou, sofreu com a solidão. Decidiu que iria largar tudo e voltar para a casa, sabia que ainda não era madura o suficiente para sair de baixo da asa da mãe e do pai. Sentia vergonha, pois ela conhecia um monte de meninas de 19 anos que já tinham casa, algumas além de casadas tinham filhos.

A mãe não deixou, resolveu se mudar para Porto Alegre, porém, não completamente, como o marido havia ficado para acompanhar o filho, eles trocavam. Ela ficava uns dias por aqui, depois vinha ele.

O que eles não imaginavam era que o rapaz, prestes a completar 22 anos, em uma das visitas a irmã fez vestibular e passou. Logo, se mudou também para Porto Alegre, como também odiava ficar sozinho foi morar com a irmã. Levou a mala, pois a cuia já estava na casa da garota.

Só que a artesã nem cogitou ficar longe dos filhos. Duas semanas depois, ela também foi embora, com a recusa do marido ameaçou a separação. Topava ficar sem marido, mas não longe dos filhotes, além disso, sabia bem que ele não aguentaria muito no interior. Dito e feito. Não deu uma semana e a família estava completa, sim, até o cachorro e o papagaio, em um apartamento quarto e sala. Só que naquela momento havia mais uma pecinha compondo o grupo, um peixinho beta.

Foi necessário procurar uma casa maior. Na pressa foi um apartamento mesmo. Em menos de um mês, casa nova, casa velha alugada, dois filhos acadêmicos, noites de sábado com os novos e velhos amigos do pai, viola que tocava, churrasco. O pai era aposentado e aproveitava as horas vagas para realizar trabalho voluntário. Já a mulher passou a dar aulas em uma loja de artigos para artesanatos, era a primeira vez que ela ensinava outras pessoas a fazer a sua arte. Isso foi algo que acrescentou a ela.

Feliz, sim, porque mudar é bom. Mesmo que dê medo. Claro que a artesã sentiu medo de mudar radicalmente de vida. Hoje mora com um apartamento de três quartos, um banheiro, uma sala, uma cozinha e uma varanda. Uma cidade agitada, caótica muitas vezes. Antes era uma casa grande, quatro quartos, dois banheiros, sala de jantar, de visitas, cozinha ampla, pátio. Silêncio, um município tranquilo. Claro que teve medo do marido deixá-la. Só que a mulher sabia o quanto era importante acompanhar os filhos naquele momento, sabia o quanto era preciso avançar. Ela sentiu medo, mesmo assim foi em frente, queria lutar por uma outra vida, estava cansada, queria viver e escrever outra história. E assim fez, não foi só a vida da família que mudou, do casal também. Descobriram que apesar dos anos de casamento, da juventude que se foi o que um sentia pelo outro não havia mudado. O desejo não havia acabado, estava adormecido, com tantas mudanças acordou.

Dar um novo rumo a vida é para todos que querem. Não tem idade, sair do lugar e possível a todos. Mudar a vida não é para quem é jovem, é somente para quem tem coragem de viver.

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Ops... madrugada de domingo. Neste final de semana fui agraciada pela visita de uma crise de rinite feroz que me deixou de cama. Além disso, a ideia era publicar no sábado a noite, mas a internet caiu diversas vezes e nada de voltar, obrigada OI!

Leia mais crônicas da série Em Qualquer Rua aqui.
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                           

sábado, 5 de setembro de 2015

#QLQRUA: Em meio ao caos, eles se sentem seguros

Os pardais são bem conhecidos nas regiões/ Foto: Pixabay
Em meio ao caos que Porto Alegre se tornou nestes últimos dias, graças a falta de segurança, detalhes tão pequenos fazem o clima ficar mais ameno. Se o medo tem dado insegurança aos moradores humanos, a aproximação da primavera que traz para estes primeiros dias de setembro manhãs e noites frias, tardes quentas (cuja temperatura não vai muito além dos 20 C°), o vento, o sol e as pancadas de chuva tem agitado a passarinhada, que não se cansa de cantar.

Nos bairros mais afastados, nos subúrbios, nos da zona nobre, no centro da cidade. De norte a sul, lá estão eles a encher os papinhos e cantarolando. Para ouvi-los não é necessário muito, um pouco do silêncio. Que tal tirar os fones de ouvido?

Lá estão eles, na ponta de um poste de luz, em uma árvore, nos portões, nos muros, nos varais de roupa...

Quem tem canário, periquito ou outros tipos em casa, sabe que eles atraem os livres. Percebi que depois que comecei a criar periquitos minha casa se enche de pássaros. Mas não é apenas na minha, em várias outras o mesmo ocorre.

Em muitos lares eles buscam água, abrigo. Isso porque aprenderam que um telhado pode ser mais seguro que uma árvore. E telhados e árvores, Porto Alegre tem muitas.

Enquanto cantam felizes pelo calor que se aproxima, se preparam para os casamentos que virão durante a temporada das flores, e dos filhotes que nasceram no verão, as aves urbanas se sentem seguras para viver e despojar de suas liberdades. Que continuem assim, pois pelos menos eles sabem o que é segurança, já nós esperamos um dia reencontrá-la.

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Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua.