sábado, 27 de junho de 2015

O arco-íris nas Redes Sociais

Ontem, 26 de junho, um assunto tomou conta das redes sociais e a transformou em um arco-íris, a lei que libera o casamento entre homossexuais nos Estados Unidos. O forte discurso do presidente Obama e a repercussão na Casa Branca incentivaram todos a comemorar o fato, que deixa registrado que o amor entre duas pessoas não deve ser impedido por uma norma. Agora, os norte-americanos podem ter, perante lei federal, todos (ou pelo menos a maioria) tipos de família. Ganha a sociedade humana.

O Facebook criou um aplicativo que colocou nas fotos dos usuários da rede um filtro com as cores do arco-íris, simbolo da luta gay. Logo, o filtro viralizou em muitos países. Houve então uma enxurrada de: é preciso trocar a foto para poder dizer que apoio a causa? Além disso também houve a discussão dos que defendem a tal família tradicional, mas isso não vem ao caso.

No momento em que o Brasil passa por uma discussão afiada sobre o assunto, o fato do casamento homossexual ter sido aprovado em um país tão importante economicamente e o maior no continente Americano chamou a atenção, sendo que a pergunta que mais ressaltou nestas terras foi: por que aqui ainda não chegamos a este nível?

Se a foto arco-íris é moda eu não sei dizer, mas o debate ganhou muito mais que cores, ganhou força. Enquanto o assunto ainda é tabu por parte dos governantes, os brasileiros mostram que estão abertos para as importantes mudanças sociais.

No Brasil, essa informação é importante destacar, a união entre pessoas do mesmo sexo já é autorizada perante a justiça. O casal declara que está junto e recebe um documento, uma espécie de contrato de união estável, mas não é casamento. No casamento o documento recebido pelas pessoas é uma certidão de casado, no qual o casal pode ter o mesmo sobrenome. Nos demais detalhes não há muita diferença. A matéria publicada no UOL explica melhor: noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/06/26/entenda-as-diferencas-entre-o-casamento-gay-dos-eua-e-do-brasil.htm

E como dizem os memes, para apoiar a causa gay não é preciso ser homossexual. Para apoiar este e qualquer outra causa que vai contra os preconceitos basta SER humano.

Para encerrar, ontem, deixei a seguinte mensagem no meu perfil do Facebook e aqui compartilho como imagem, porém quem não conseguir ler clique aqui e entre na mensagem:

Print de tela


#QLQRUA: As gerações, a evolução social e a destruição da natureza

Puma concolor - Foto: Divulgação Gramadozoo/Halder Ramos
Uma geração é criticada por inúmeros motivos: a millennium, no qual me enquadro. Mas não vim falar sobre ela, vim para falar sobre as outras, as mais antigas.

Sem críticas a eles, mas defeitos têm. Se hoje temos luz, água encanada, urbanização, desenvolvimento, telefone, internet e oportunidades de ter uma vida melhor que antes é graças a eles. Mas em nome do desenvolvimento perdemos muito e os péssimos resultados vemos agora.

Infelizmente, por causa dos avanços da sociedade moderna nunca se pensou sobre como o meio-ambiente seria essencial para a manutenção e qualidade da vida humana. Hoje para ver um puma só se for no zoológico. Na natureza existem poucas espécies e não muitos animais. O Puma concolor do Leste esta semana, por exemplo, foi decretado como extinto pelo departamento Serviço Americano de Vida Selvagem e Peixe. Nenhum animal desta espécie foi visto nos últimos 80 anos.

Sempre ouvi histórias das belas águas do Arroio Dilúvio. Vi fotos, também, porém dele só conheço aquela água turva, escura e fedorenta que atravessa a Avenida Ipiranga. Recebendo esgoto de diferentes pontos da cidade e servindo de depósito de lixo. Confesso, eu sonho em um dia poder vê-lo limpo e cheio de vida.

Arroio Dilúvio, em 1951/ Foto: Curto Poa
Vejo fotos das praias de Porto Alegre. Os mesmos que me contaram as histórias do Dilúvio também falam do prazer que era se banhar no Guaíba. As praias eram boas para nadar, para fazer pique-nique, para praticar esportes, para namorar. As praias de água doce eram a principal diversão de quem no verão tinha que ficar na quente capital gaúcha. As praias existem até hoje, mas não é possível aproveitá-las, já que o Guaíba está tão poluído que o banho não é recomendado.

Indo para o litoral percebemos outra mudança no cenário natural, porém, este mais recente. Ver as dunas de areias quando se está no mar não é mais possível. Quando eu era bem pequena era. Mas com o boom imobiliário, as casas e prédios nas cidades praianas cresceram mais rápidos que eu. Hoje da beira-mar já não é possível ver as montanhas brancas.

Isso só é parte do problema. Não temos mais como voltar para trás, voltar para o passado. Se as gerações anteriores não mediram esforços para a evolução da sociedade e com isso esqueceram de pensar na natureza, é obrigação das gerações atuais, nisso incluo todas, independente da idade, repensar o crescimento. Nós devemos sim evoluir como cidades e etc, mas pensar nos prós e contras de cada ação. Não será possível tornar tudo igual, contudo, recuperar e acabar com os danos é realizável. Repensar na forma de como evoluímos é pensar também no futuro do planeta.

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Leia as demais crônicas/histórias da série Em Qualquer Rua

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Home-office fácil? Só se for em sonho

É madrugada e quem disse que acabou. Sono, mas ainda tem outra atividade. Quem disse que home-office é fácil? Tem gente que vai dizer: "se trabalha tanto porque ganha pouco?"

Essa respondo fácil: porque um é freela e outro é amor a profissão, rsrsrsrsrsrs.

Quem pensa que trabalhar em casa é coisinha mole, não sabe de nada o inocente.

Cansei...
#Cotidiano

sábado, 20 de junho de 2015

#QLQRUA: a camisa xadrez de caipirinha

Imagem da internet
A Festa Junina não havia começado nem mesmo para quem a organizaria, mas para aquele menininho, de seis anos, ela já estava acontecendo. A primeira coisa que ele notou foi de que a camisa xadrez vermelha não servia mais, a calça com remendos também não.

_Vó, eu não vou, não tenho roupa! 

Disse ele já com lágrimas nos olhinhos castanhos, e logo depois aquele beicinho virou choro. Como ele iria para a festa sem roupa? Para o pequeno ir a uma festa junina sem estar vestido de caipirinha urbano não fazia o menor sentido. Usar a roupa de gaúcho nem pensar. Cada comemoração tem a sua vestimenta, pelo menos é o que acreditava. A manha foi maior quando ele lembrou que além da festa do bairro também teria uma na escolinha, logo, a tragédia de não ter a roupa completa foi dupla.

_VÓ, EU NÃO VOU!

A vó então o indagou, perguntou o motivo de tanto choro. Imediatamente ela abriu a gaveta, pegou uma calça mais velhinha, uns pedaços de jeans e começou a montou a calça caipira. Sentada no sofá, enquanto assistia a novela. Ele estava sentado na poltroninha da frente e se entreteu ao ver a vó costurar. 

Quando ficou pronto, ele olhou, agradeceu, porém ficou ainda com uma carinha triste. Faltava a camisa. Passou o tempo e durante o jantar ele já havia se conformado com o fato de ter apenas a calça caipira e não ter a camisa. O dinheiro estava curto e comprar mais uma camiseta iria gerar um custo extra. 

Passaram os dias. A organização para a festa já havia começado. Era um tal de traz coisa para cá, bota lá, faz bolo, pipoca... 

O garotinho acompanhava tudo de perto, ajudou a recortar as bandeirinhas. A avó estava envolvida na organização do evento.  Ele já tinha garantido a bota, a calça, o chapéu de palha e até um lápis de olho para fazer as pintinhas na bochecha e o bigodinho. Não foi necessário pintar um dente, o guri brincava com o fato de estar banguela, já que havia perdido naquele mês dois dentes de leite. 

Mesmo assim ele não havia esquecido da camisa xadrez vermelha que havia deixado de lhe servir, comentava com as tias, com a mãe que havia ido vê-lo, com o "namoradrasto" (ele chama assim o namorado da mãe) , com quem fosse falar com ele. Todos os amiguinhos estavam com a vestimenta completa, e a dele faltava um item. 

Só que ele não esperava a surpresa que iria receber. Pouco antes da festa começar, a vó saiu da banquinha do brechó com uma camisa xadrez azul e cinza nas mãos. Chamou o pequeno e o vestiu. A alegria naquele momento foi tanta, que a camisa foi chamada de: _ A mais linda do mundo".

Teve dança sem música, palminhas batendo e um largo sorriso. Foi contar para todos que estavam por ali que havia ganhado um presentão. Agora sim ele poderia curtir a festa com toda pompa. A fantasia de caipirinha urbano completa. Quem o via todo alegre de camisa nova, nem poderia notar que ela tinha um rasguinho no bolso.

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O sábado não poderia acabar sem a crônica da série Em qualquer rua. Além desta há outras 50 esperando serem lidas. Clique aqui e confira. 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Seleção Brasileira de Nado Sincronizado quer superar o bronze no Pan-Americano

Lara em Montreal para treinados da Seleção/ Foto: Twitter da atleta.
Pouco antes de embarcar para a última fase de treinos antes dos Jogos Pan-Americanos de Desportos, a capitã da Seleção Brasileira de Nado Sincronizado, Lara Teixeira, conversou com fãs e curiosos pelo Twitter. Ela falou sobre as expectativas da Seleção para o Pan, quando começou no esporte e também sobre alguns problemas que atrapalham o desenvolvimento do nado sincronizado no Brasil.

Lara, 27 anos, já representou o Brasil em importantes competições, sendo as principais os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e os Jogos de Londres, em 2012. "Batalhamos muito pela final em Londres e perdemos por muito pouco. Algo que estamos atrás!", disse a atleta.

A expectativa da Seleção é repetir o bronze do Pan de 2011 ou superá-lo. As meninas, segundo Lara, querem fazer a história do nado sincronizado brasileiro. "Queremos competir muito muito bem no Pan-Americano!", falou.

Seleção Brasileira em jogo da Seleção Feminina de Futebol./Foto: Nado Sincronizado Brasil


A rotina das atletas é bastante exigente. As meninas treinam de segunda-feira a sábado, cerca de sete horas por dia. No dia 9 de junho a Seleção foi para o Canadá, país que receberá os Jogos, para realizar uma série de treinamentos, conhecido como training camp, que terá duração de três semanas.

Lara contou que seu interesse pelo esporte veio quando ela ainda era criança. "Aos oito anos observava o Nado e achava o esporte muito bonito. Acabei me envolvendo com ele na época", lembrou. Sendo que suas referências iniciais foram Roberta Fernandes e Gemma Mengual.

Apesar da Seleção ter uma mescla de atletas com experiência em Pan e Olimpíadas e meninas que são novatas na seleção principal, Lara disse que o esporte ainda sofre problemas para se desenvolver no País. "Falta de técnicas (em número) para dar treinos, falta de clubes que pratiquem o esporte, além de uma série de pontos a melhorar", ressaltou.

Em mensagem final, Lara deixou o seguinte recado: "Procurem sempre fazer as coisas com amor, independente do que faz, dentro ou fora do esporte. Fazendo com o coração, por paixão, você supera".

O Pan-Americano de Desportos acontecerá em Toronto, no Canadá, de 10 a 26 de julho deste ano. Porém, as provas do nado sincronizado serão nos dias 9 e 11 de julho. Foram convocadas para o Pan:

Seleção Brasileira de Nado Sincronizado

Dueto

Luisa Borges (Fluminense)
Maria Eduarda Miccuci (Fluminense)

Equipe

Luisa Borges (Fluminense)
Maria Eduarda Miccuci (Fluminense)
Lorena Molinos (Flamengo)
Beatriz Feres (Tijuca Tênis)
Branca Feres (Tijuca Tênis)
Maria Bruno (Fluminense)
Pamela Nogueira (Tijuca Tênis)
Sabrine Lowe (Paineiras do Morumby)
Lara Teixeira (Paineiras do Morumby)

Técnicas

Julie Sauvé
Maura Xavier

Chefe de Equipe

Gláucia Soutinho

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A conversa aconteceu na semana passada, mas somente hoje consegui contar um pouco dela. A Seleção Brasileira de Nado Sincronizado já está em Montreal, no Canadá e aproveita para acompanhar de perto os jogos da Seleção Brasileira Feminina, no Mundial de Futebol.

#Esportes

terça-feira, 16 de junho de 2015

#QLQRUA: Silêncio

Page: mensagens para Facebook
Às vezes não falta tema, mas falta assunto. Foi assim que eu não publiquei nada da série no último final de semana. Não me faltaram temas, mas eu também não tinha muito o que falar sobre eles. Isso é ruim, mas não é inevitável. Quantas vezes a única coisa que se quer é ficar em silêncio? Muitas, não é mesmo?

Nem sempre tagarelar até os cotovelos, como dizem os mais velhos, é algo que agrada. Não pense leitor que aqui não falo com vocês. Falo muito, e muito. Apenas uso as palavras escritas ao invés das orais.

O silêncio é a razão humana, alguns dizem. Rola nas redes sociais memes de que muitos pensam que o silêncio é tristeza, enquanto é apenas preguiça de conversar, como também há aqueles, com toque de sabedoria, de que é melhor calar do que enfiar a mão na cara de alguém.

Fato é que muitas vezes se manter em silêncio é a melhor forma de evitar entrar em um conflito, e não como dizer "quem cala consente". Mas também é uma ótima forma de ouvir.

Não falar é importante e necessário para ouvir os outros e também a si. Escutar o que a outra pessoa tem a contar pode ser uma ótima experiência. Se ouvir é uma excelente forma de reflexão. Pensar na vida também significa repensar seus atos. É uma forma de buscar um novo "eu".

E nem sempre o silêncio é uma forma de tristeza ou de uma grande mudança. Ficar calado pode simplesmente ser um ato de bem-estar, no qual também pode ocorrer durante períodos de grandes alegrias. O silêncio é uma forma que se pode contemplar o belo e também senti-lo.

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Leia as demais crônicas da série Em qualquer rua.

sábado, 6 de junho de 2015

#QLQRUA: Rótulos

Apelido é uma coisa normal. Tem gente que gosta, outros não. Não vejo problemas com apelidos fofos e alguns característicos. Nada que soe ofensivo. Mas há coisa pior. Uma coisa chamada rótulo. Isso todo mundo detesta, mas tem muitas pessoas que adoram colocá-los nas testas aleias.

Pessoas fora do padrão têm mais rótulos que embalagem de maionese. Têm mais carimbos que passaporte de viajante. É tão fácil taxar alguém de alguma coisa do que apenas tentar entendê-la. Dias destes eu estava vendo a reportagem de um jovem bailarino. Menino, heterossexual. Tem namoradinha, mas é BAILARINO, vai estudar balé no exterior. Adivinha o que as pessoas acham que ele é? Gay. Não para por ai, acreditam que a namorada é uma forma que ele usa para esconder a sexualidade e etc. Sofre preconceito. Já foi chamado de bicha, viado e outras coisas. Sim, porque é mais fácil criticar e imaginar coisas sobre um garoto do que aceitar que ele fará sucesso mundo a fora dançando. Que ele preferiu as sapatilhas do que a bola de futebol.

A mesma coisa já ouvi de meninas que jogam futebol. Coisa de macho, logo, já da para saber do que elas são rotuladas, mesmo que muitas sejam casadas e tenham filhos.

Provavelmente tu que lês este texto já ganhou um rótulo pomposo colado da fuça. Eu mesma tenho alguns que odeio e faço questão de tirá-los.

Eu já tentei entender o que faz um colador de rótulos. Seria este um ser sem trabalho? Preocupação? Falta-lhe coisas para fazer, tipo lavar a louça?

Pior que nada disso. Em geral são pessoas que trabalham, tem tarefas diárias, famílias para cuidar, mesmo assim sobra um tempinho para dar pitaco sobre as vidas dos outros. Sobra um tempinho para dar aquele palpite sobre algo e sobre alguém.

Muitas vezes é sem maldade, mas é pela mania mesmo. E não pense que o rotulado não cola os selinhos de "eu acho isso de você" por ai. Ele cola, muitas vezes. Como escrevi anteriormente é uma mania social. Mania do abelhudo.

Enquanto a mania não cessa, resta a quem recebê-lo retirá-los pacientemente e jogá-los fora. Enquanto se espera que a educação e a tolerância passe a ser mais rotineira.

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Obá! Crônica de número 49 \o/  Leia as demais da série Em qualquer rua aqui.