sábado, 31 de agosto de 2013

QLQRUA: Quando a fraqueza humana fica evidente

Parte do bairro Sarandi./ Foto:Cristine Rochol-PMPA
Ouvindo a televisão quando alguém (que não conseguir ver) fala ao repórter "só tive tempo de dizer para meu filho 'agara' os 'cachoros' e o vídeo-game e sobe!" Ela, moradora de um sobrado, foi vítima de uma enchente que atingiu 700 casas no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Certamente o local mais seguro para ela, o filho e os cães era a parte superior do imóvel. Muitos não tinham essa estrutura para se proteger da tragédia já anunciada, o rompimento de um dique do Arroio Feijó.

Não preciso imaginar como é a sensação de ter a casa invadida por água, pois já passei por isso. Posso dizer com toda a certeza do mundo que essa é uma das piores sensações que se pode sentir. Quando a água toma conta do teu piso, dos teu móveis e carrega tudo pela frente e nada tu podes fazer para conter é quando a fraqueza humana fica evidente, não há como lutar contra a natureza.

Ver aquilo que tu levou anos para conquistar indo embora ou se acabar dói na alma, porque é como se a tua luta diária fosse destruída. Não a história, já que experiência de vida ninguém nos tira, mas os símbolos dela desaparecem. 

O desespero maior é o de garantir a própria vida, afinal de contas ela é única. Correr e ir para um lugar alto, garantir que os teus também estão a salvos é a preocupação latente. 

Quando a quantidade de água é muita assusta, bate o medo. Mas a tristeza maior só vem quando a água baixa e se pode ver os estragos. O que resta é rezar para fazer um dia de sol, limpar a casa e tentar consertar o que restou. Um dia nunca é igual ao outro e como sempre temos que nos refazer, mesmo que em passos lentos. 

Por mais que eu quisesse descrever o que se sente quando a casa é invadida por uma enchente, isso é impossível, as palavras nem sempre dão suporte aos sentimentos. Principalmente se esse sentimento é um misto de medo e fraqueza. Torço para que esses moradores se recuperem o mais breve possível!

Leia as demais crônicas da série Em Qualquer Rua.






quinta-feira, 29 de agosto de 2013

QLQRUA: Um tapa de luva de boxe na cara da sociedade

Quanta delicadeza do nosso Plenário
Luva de pelica é delicada demais para o tapa que a sociedade brasileira levou na noite de ontem, 28 de agosto. Foi um belo tapa na cara com a luva de boxe, isso sim. E não foi em qualquer rua deste imenso País, foi na nossa Capital Federal. 

A bofetada de luva veio quando a querida Câmara, que em votação secreta, rejeitou o pedido de cassação do mandato do deputado federal Natan Donadon, de Rondônia. O parlamentar, que está sem partido, é presidiário desde 28 de junho, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele está cumprindo pena de 13 anos devido à condenação por peculato e formação de quadrilha pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para que Donadon perdesse o mandato era necessário que houvesse no mínimo 257 votos, contudo só 233 deputados votaram a favor da cassação, enquanto 131 votaram pela manutenção do mandato e 41 se abstiveram. Enquanto Donadon permanece preso quem assume o comando é o seu suplente. Neste período não receberá salário e os demais benefícios que o cargo tem.

É muita humilhação para o povo que em junho saiu as ruas. Fico pensando no como o povo de Rondônia deve estar se sentindo agora, afinal de contas estão sendo representados por um ladrão sem partido (sim, essa frase tem sentido dobrado).

O deputado presidiário durante a sessão reclamou do tratamento e das condições que a prisão tem. Ora bolas, quem mandou ele formar quadrilha? Eu é que não fui. Segue sempre a máxima "toda a ação gera uma consequência", ele que assuma a responsabilidade. E que aproveite, já que continua um nobre deputado federal, para criar um projeto e a defesa do mesmo para a reforma e manutenção das prisões brasileiras.

Mas, mudando um pouco de foco, a vergonha que estou sentindo por esse absurdo parlamentar é imensa, mesmo que eu saiba que a minha deputada tenha votado a favor. Esse mimimi de deputado votar secretamente já deu o que tinha que dar. Vem cá, se eu voto em alguém para me representar por que não tenho o direito de saber em quem e no que ele vota lá na Câmara? Se hoje ele está lá, graças ao meu e ao teu voto, qual o motivo de ser tudo tão escondidinho? Já está mais do que na hora dessa história de voto secreto acabar. 

Ainda temos que ouvir o Presidente do Senado, Renan Calheiros, dizer que a imagem do Poder Legislativo não sai desgastada depois que o Plenário rejeitou a cassação de Donadon. Meu Deus, em que mundo o sr. Calheiros vive? No Brasil é que não é, afinal de contas o imagem do legislativo no país está mais que arranhada e faz tempo. Contudo, Renan salientou que problemas como esse em breve passarão. "Acho que não desgasta a imagem porque precisamos ter respostas prontas, rápidas, célebres, e mais rápida, a mais célebre e mais eficaz resposta é a provação da PEC 18, que não tolera mais que essa situação persista: a compatibilidade da prisão com o exercício do mandato legislativo", disse.

Bom, agora esperemos (mas não muito) as cenas dos próximos capítulos. Sem esquecer que ano que vem tem eleição e o voto é a nossa principal arma.

Leia algumas crônicas da série em Em Qualquer Rua e deixe seus comentários. =) 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

QLQRUA: A menina que sonha em ser enfermeira

A história que poderia ser de muitos. Foto: banco de imagens
Ela, formada em enfermagem, mora em uma rua qualquer do bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Empregada em um escritório, é noiva e sonha em ter a casa própria. Tem a pele escura como a noite e é baixinha. Fala bem e gosta de ler.

Queria mesmo era trabalhar na profissão que escolheu, era atuar em um hospital. Ouviu em seis meses o nada, nem mesmo um não. Tem a esperança machucada, queria uma oportunidade.

Falou abertamente com quem não conhecia, desabafou com quem partilha uma dor similar no ego. Não teve medo de dizer que já não sai mais de casa, pois odeia ser indagada o porquê ainda não está trabalhando. Não tem uma indicação forte e essa é a principal reclamação dela.

É ainda uma menina, 27 anos, mas conhece um pouco do mundo e fica chateada com ele. Confidenciou gosta de saber que  hoje tem amigos bem colocados no mercado, mas tem raiva de saber que há os que não lutam para conseguir e estão nos melhores cargos, aqueles "coleguinhas" que assistiam aula bêbados ou drogados, tem nome e sobrenome pesados e influentes.

Não é só mais uma na sociedade nem sempre cruel e nem sempre justa com seus guerreiros. Contudo, é mais uma jovem heroína que luta para mudar de vida. Sente um orgulho danado da mãe, copeira, e que a ensinou a ser uma destemível lutadora. Ama o noivo e com ele planeja evoluir. Não sabe se queria conhecer o pai (que foi embora e deixou a mãe dela grávida), só sabe que tem horas que sente falta de alguém que pudesse fazer esse papel, não entende bem esse sentimento e esse querer.

No mais, mesmo com a esperança machucada, segue de cabeça erguida, porque o que mais quer é trabalhar como enfermeira. Mais detalhes não sei, pois quando o ônibus chegou na minha parada me despedi e desci. Esqueci de perguntar o nome dela e ela o meu (eu tenho essa mania de ouvir as pessoas que nunca vi antes e não me apresentar).

Só sei dizer que assim como essa menina existem milhares de outros inconformados com as suas vidas e que querem fazer a diferença, que querem evoluir. Milhares que se formam na faculdade e que lutam muito para conseguirem o seus lugares ao Sol. Torço muito para que ela e todos os milhares (assim como eu um dia) consigam exercer suas profissões e tenham a vida que sempre sonharam.

*Essa e a primeira crônica/conto que escrevo da série Em Qualquer Rua, ainda existiram muitas outras, só não sei quantas.


Brasil vence o Mundial de Moradores de Rua e quase ninguém ficou sabendo disso

Sem patrocínio a equipe não pode ir completa. Foto: divulgação
Como é de praxe no Brasil se a equipe esportiva não for relacionada ao futebol e com os times principais, de salários milionários, não ganha foco da imprensa, e quando ganha é uma notinha de roda pé. Sem divulgação não existe patrocínio e sem patrocínio os times não podem participar de campeonatos.

Hoje o Marcelo Tas postou no blog dele sobre a Seleção Brasileira de Moradores de Rua que venceu o Campeonato Mundial com apenas quatro jogadores. Venceu invicta. Recomendo a leitura do artigo http://blogdotas.terra.com.br/2013/08/27/brasil-ganhou-a-copa-dos-invisiveis/ Vale muito!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Meio-ambiente como foco, enfim, do jornalismo

Enfim, o Planeta recebe a atenção merecida.
Muito se falou em meio-ambiente na década de 1990. Sei disso porque eu era criança na época e vi muitos falarem, mas eu sempre mantive a sensação de que as falas eram vazias e que ninguém dava muita bola. Posso dizer que essa visão durou até os primeiros anos da década seguinte, mas é claro o cenário mudou após o tão falado e tão temido aquecimento global.

Mesmo que o assunto tenha caído de pauta, o foco ambiental no jornalismo se mantém. Todos os jornais (ok, dizer todos é exagero) possuem uma coluna sobre natureza e sustentabilidade. Eu posso dizer que fico feliz em saber disso, que o nosso tão maltratado planeta agora recebe um pouco mais de atenção dos meios de comunicação tradicionais e novos.

Ponho o link do site da Rosana Jatobá. http://universojatoba.com.br/. É um site que gosto bastante pela variedade de assuntos que são trazidos em foco.

Também gosto do Globo Natureza por seu uma reunião de reportagens sobre o assunto. http://g1.globo.com/natureza/

O Estadão tem a editoria planeta http://www.estadao.com.br/planeta/ e é bem interessante e traz um foco um pouquinho diferente.

O Eco é um site que conheci a bem pouquinho tempo e acho ele muito bacana. http://www.oeco.org.br/

Mais sites sobre o assunto? Recomendo vasculhar o Google, sempre se acha pedras raras. Cuidado apenas com as falsas verdades que existem por aí.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

E quando a tua missão?



E quando a tua missão é maior que o esperado? É difícil de ser superada? Quando não se sabe o caminho? Tudo parece confuso, tão difícil. Nada é claro, pois tu sabes apenas qual a tua missão. Não a pediu, ela veio de presente na hora do teu nascimento. Alguns dizem que é carma outros dizem que é luz. Não sei ao certo, porque assim como tu não sei o motivo da minha.

Missão dada é missão cumprida, mas assim como tu torno tudo indagação: como e por quê? Missão é aquilo que está descrito como tua obrigação enquanto vive. Não é flexível como o destino que muda de acordo com nossas escolhas no presente. Missão é chata e nebulosa. Muitos não a cumprem, já que jamais souberam quais eram as suas. Mas para ti, assim como para mim, é diferente, sabemos a nossa.

Sendo assim, a única coisa recomendável a fazer é seguir em frente, talvez pedir ajuda quando necessário, respirar fundo, meditar, orar. Ter força, pois o caminho a seguir não serás fácil e tu perderas muitas coisas no caminho. Mas tudo, tenho fé, dará certo. E jamais te esqueça agora que tu sabes o teu motivo na Terra terás que executar a tua missão

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Criatividade

Eu iria postar outra coisa, mas a imagem do Papão disse tudo que eu queria dizer. Já fui julgada por querer fazer diferente, como se fazer igual fosse a coisa mais legal do mundo. Viva a diferença, VIVA a CRIATIVIDADE!

Crédito imagem: Grupo RBS
Herman Melville (1 de agosto de 1819 - 28 de setembro de 1891) foi escritor, poeta e ensaísta norte-americano. É dele a obra  Moby Dick, de 1851. Apesar do romance ter sido um grande sucesso no século XX, é apontado como o começo do declínio da carreira de Melville, pois não agradou os críticos literários e os leitores da época. A biografia do autor pode ser conferida no site da L&PM