quinta-feira, 31 de março de 2011

Jornalistas contam as suas experiências como enviados especiais em conflitos

No último dia 30 foi realizada na Famecos uma palestra com o tema Quatro jornalismo em zona de risco. Participaram os jornalistas Daniel Scola, Huberto Trezzi, Luiz Antônio Araujo e Rodrigo Lopes. O evento aconteceu na parte da manhã e teve duração de mais de duas horas. Com o auditório do prédio sete lotado, os jornalistas contaram como foram suas experiências em coberturas de conflitos no Oriente Médio. Scola fez a cobertura de duas catástrofes: O terremoto do Chile, no ano passado, e o terremoto do Japão, no mês de março.

Humberto Trezzi teve como sua primeira reportagem no Oriente Médio a cobertura do conflito no Líbano. "Fui substituir Rodrigo na cobertura e entrei no país pelo lado leste, pelo Cairo." Explicou. Para ele o grande problema dessa cobertura foi a dificuldade de comunicação. Relatou que teve de ditar, para uma digitadora da Zero Hora, por uma hora e meia o texto que seria publicado no jornal. "Só consegui internet em um hotel que recebia sinal via satélite".

"Em momentos de crise tudo é a base de dólar, tudo fica mais caro", afirmou Lopes que fez a cobertura na Líbia, mas teve de voltar antes de terminá-la por problemas de saúde. Ele avalia que em conflitos deve-se ter cuidados de extrema segurança e essa avaliação deve ser feita pelo repórter. Para Rodrigo o jornalista "tem que ter medo. Ele é o nosso anjo da guarda".

Daniel Scola disse que no momento que ocorre uma tragédia das proporções da que houve no Japão não tem como se preparar. "Tu desembarca num país em meio a uma catátrofe, arrasado." O jornalista da RBS falou que a sua maior preocupação era fazer um material diferenciado do que estava sendo divulgado pela mídia. Ele contou que quando fez a cobertura do terremoto do Chile escrevia o texto que seria publicado no jornal, ligava para a Rádio Gaúcha, ditava-o, eles gravavam e repassavam para um digitador. Já no Japão, Scola resaltou, que ao chegar comprou um celular e se uniu com outros jornalistas para poder encontrar um tradutor. "O povo japonês é muito reservado", analizou o repórter.

Luiz Antônio Araujo fez uma resalva, ainda no ínicio da palestra: "O essencial do jornalismo e contar histórias de vida e isso mudar acaba-se o jornalismo". Para ele o enviado especial deve fazer um produto exclusivo e diferenciado das agências de notíca. "Somos pagos para reportar o que está acontecendo", conclui.

Trezzi foi o que mais sofreu com a sua cobertura, ele consegui entrar no Líbano e também sofrer um acidente e machucar feio o olho. Lopes também consegui entrar no país, porém pelo outro lado, o lado que pertencia aos rebeldes.

No vídeo abaixo os jornalistas falaram sobre a mulher na cobertura de conflitos e no FLICKER fotos da palestra.

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