Foto: Prefeitura de Porto Alegre |
O que talvez essa mulher lamentava não era não ter mais onde comprar seus panos para secar a louça, mas sim como inúmeros porto-alegrenses não ter mais a rotina e a história que se tinha antes. Ela certamente não estava triste porque era uma consumidora fiel de determinada banca, o que a entristecia era o fato da quebra da certeza, do ritual da compra que de certa forma a ligava a narrativa viva da cidade.
A chuva fina que caia na noite do sábado, 6 de julho, molhava suavemente os rostos que olhavam atônicos o acontecimento com ares de tragédia. Chuva rala que em nada ajudava os bombeiros e seus equipamentos precários. Em meio as lágrimas dos comerciantes a indignação com a falta de respeito dos Governos com o Corpo de Bombeiros. Em meio as gotas d'água a espereça se misturava com o desespero.
Os detalhes da tragédia já foram mais que divulgados, logo não cabe a eu contar-lhes novamente. Dos males os piores. Os animais, em sua maioria aves, nada sofreram. Da parte incendiada, apenas 10% foi fortemente afetada. A verdade, crua e vergonhosa, veio à tona. O Plano de Prevenção Contra Incêndio do Mercado de Público de Porto Alegre estava vencido a seis anos.
Veja as fotos: http://oalvoradense.com.br/noticias/geral/16187
Agora o que resta é cobrar do Prefeito (que já se posicionou e disse que está em busca de verba) a reconstrução o mais rápido possível do Mercadão. Afinal de contas ele é o coração de Porto Alegre, amado por seus moradores e também pelos turistas que visitam a Capital.
A história do Mercado Público de Porto Alegre
Em 1869 começa a funcionar o Mercado Público de Porto Alegre, projetado pelo engenheiro Frederico Heydtmann, em estilo neo-clássico de um único pavimento. Em 1871 começou-se o calçamento do seu interior, e em 1874 os primeiros açougues começam a funcionar.
Em 1910 inicia-se o planejamento do segundo piso do Mercado. Dois anos após houve a inauguração, com características que definiram a estética que o prédio possui atualmente. Neste mesmo ano, 1912, um grande incêndio atingiu o Mercado, destruindo as bancas internas de madeira, mais tarde substituídas por outras de estruturas metálicas.
Conforme foi passando o tempo o espaço foi se modernizado. Se antes os escritórios ocupavam o segundo andar, a partir da década de 1920 os bares passam a fazer parte do cenário.
O Mercado Público passou por momentos difíceis, a enchente de 1941 e dois incêndios, em 1972 e 1979. Em 79 uma boa notícia. O Mercado foi tombado Patrimônio Histórico e Cultural.
Em 1997 após uma longa reformulação o Mercado Público ganhou uma nova cara e um maior espaço de circulação.
Toda a história pode ser conferida no site do Mercado Público.
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