sábado, 6 de setembro de 2014

QLQRUA: as cocotas livres

Caturritas na natureza/ Foto: web

As cocotas livres encantam. São barulhentas, voam alto em bando e parecem se divertir. De repente me dei conta que até tempo atrás isso não era possível.

Aqueles bichinhos verdes, também chamadas de caturritas, só via em cativeiro. No zoológico, no mini-zoo da Redenção e em casas. Minha avó tinha uma quando eu era bem pequena. Ela falava pelos cotovelos, bicava meus pés para eu brincar com ela, porém um dia ela morreu. Eu não vi, estava em Porto Alegre. Fiquei sabendo em uma viajem no verão. Depois de anos minha avó teve outra. A mal-humorada. Ela conversava e tudo, mas odiava sair da gaiola e detestava que tocassem nela. Meu avô dizia que a danadinha era temperamental.

Via também em casa de amigos e de conhecidos, mas livre só vejo a pouco tempo. E para ser sincera são muito mais belas.

Na PUCRS há uma grande família. Moravam em uma árvore perto da Faculdade de Engenharia. Aqui perto da minha casa têm algumas. No começo eram quatro, depois eram seis e pela última vez que parei para olhar e contar eram oito. A família cocota cresce a largos passos. E todos os dias passam fazendo bagunça, bem lá no alto pela manhã. Ao meio-dia elas voltam, acho que vão almoçar, kkkkkk. Depois vão para algum lugar e no final tarde rumam ao ninho.

Como tenho passarinhos elas passam sempre pela minha casa cantando. Acredito que esperando a resposta dos periquitos.

Certa vez elas pousaram em uma árvore baixa. Tinham um tom de verde tão vivo e tão forte que era admirável. Pareciam muito saudáveis e bem gordinhas. Diferente das que já vi em cativeiros.

Nada como a liberdade para deixar o ser mais belo. Nada como os animais para tornar os dias mais agradáveis.

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