Imagem meramente ilustrativa/ Foto: Banco de imagens |
Já na cozinha pegou a mamadeira com leite e chocolate e com a outra mãozinha o as duas fatias de pão de forma grudadas com chimia de uva. Foi até a sala, sentou no sofá e lá tomou o café da manhã. Quando acabou a mãe pegou a mamadeira vazia. Neste momento ela balançava os pezinhos e pediu para a mãe ligar a televisão para ela. Inquieta no sofá, se mexia para lá e para cá. Chamava pela mãe, conversava, porém não saia da fofa poltrona, nem da frente da tv.
Comemorou quando percebeu que a mãe iria começar a preparar o almoço. A pequena já havia se arrependido de acordar tão cedo. Ela não aguentava mais esperar.
Quando a mãe chamou para almoçar, quando ela olhou para a televisão e viu que o jornal havia começado: COMEMOROU, novamente!
Já na mesa, sentou direitinho. Comeu tudinho e aprovou a sobremesa. Comeu até a salada, sem reclamar. Agora era só esperar mais um pouquinho. O papai chegaria em minutos do serviço. E depois de almoçar lavaria a louça. "Papai do Céu, cade meu pai!", pensou ela irritada com a demora. Detalhe que o pai não demorou, mas aqueles minutos eram torturantes.
Já passava das 13h quando a mãe foi para o banho, depois ela e por último o pai. Ainda de roupão, a mãe pegou a menina e preparou a maquiagem. Brilho vermelhinho nos lábios, bochecha rosadinha, sombra de azul. O rostinho ganhou brilhos dourados, de estrelinhas. O cabelo cacheado loirinho foi preso, em um alto rabo de cavalo. Pronto! Fantasia.
A mãe se arrumou, o pai também. O sorriso da pequena abriu. E tinha motivos...
Na porta de casa, de mão na cintura ela chamou a atenção dos pais "Vamos". Eles riram. Ela franziu as sobrancelhas. A pressa tinha razão. A pequena de quatro anos não queria perder nenhum segundo do bailinho de carnaval.
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