sábado, 7 de março de 2015

#QLQRUA: Dois trabalhos, mas um secreto

Imagem meramente ilustrativa/ Foto: banco de imagens
Todo dia aquela moça alta e de corpo esbelto sai rumo ao trabalho, às 7h. Tem uma rotina intensa. Só chega em casa por volta das 18h. Tem apenas uma hora de intervalo para o almoço, pontualmente a partir das 13h. Ao voltar do trabalho vai até a escola de educação infantil e pega o filho de quatro anos. Chega em casa e verifica se a mãe tomou todos os remédios, dá a ela os últimos do dia. Faz na mulher um afetuoso carinho, lhe beijando a testa. Faz coceguinhas no pequeno e o abraça. Mas não dá trégua e o coloca no banho.

Só que o dia ainda não acabou. A moça organiza a casa e começa a preparar o jantar. Para um pouco só na hora de comer, lá pelas 21h. Vê a agenda o filho e conversa um pouco com a família. Logo após  coloca o pequeno para dormir e arruma a mochila dele para o dia seguinte. Lava a louça.

Verifica como está a mãe. A mulher se trata de um câncer que nos últimos meses já não evolui mais.  A jovem fica bem aliviada com a situação.

Quando os demais da casa estão dormindo ela vai até o quarto e coloca secretamente alguns objetos na bolsa. Faz os cálculos breves dos gastos no mês e percebe que se não tiver mais alguns clientes fechará o período no vermelho.

A jovem mulher em questão é mãe solteira. O pai do menino, com quem ela era casada, a abandou grávida e sumiu. Há um ano descobriu o câncer da mãe e desde então não descuidou dela nem um instante. O filho estuda em uma escola particular, já que a única pública da região não havia vagas. Era necessário pagar para poder trabalhar. Os remédios da mãe também não eram baratos. Alguns o SUS dava, mas outros não.

Ela trabalha em um escritório. E durante alguns almoços prefere se isolar. Diz aos colegas que irá meditar. Na verdade a jovem tem uma trabalho duplo, sendo que o segundo ninguém conhece.

A moça vai apressada e entra em um apartamento alugado (por um preço bem baixo). Leva dentro da bolsa o notebook. Ao chegar conecta  o computador na internet e vai ao banheiro. Lá troca a roupa social por uma insinuosa lingerie. A maquiagem fica mais forte, o batom vermelho. Lentes azuis e peruca ruiva. Muda de personalidade. Vinte minutos basta para mudar completamente e comer rapidamente um sanduíche. O computador apita é hora de atender o cliente. Meia-hora para aquele homem. Neste tempo teria um strip-tease, alguns palavrões trocados pelos dois e a habitual masturbação, com direito a gritos (nem sempre verdadeiros) de prazer. Depois daquele cliente, havia mais um. Essa consulta rápida. Algo de dez minutos, tempo suficiente. Após troca de roupa rapidamente, tira a maquiagem e etc. Corre para o trabalho. Enquanto isso marca mais alguns clientes. Serão menos almoços com os colegas neste mês.

Essa jovem que secretamente vira uma web sex girl não está sozinha. Não existe um número exato de quantas pessoas prestam serviços sexuais na internet, para falar a verdade no modo real também não. O que se sabe que o mercado erótico é um dos mais rentáveis economicamente. Só a indústria de produtos eróticos movimenta no Brasil cerca de R$ 800 milhões por ano, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico. Os sites mais acessados pelo mundo tem o termo sexo como os mais buscados. Mesmo sendo um tabu, o assunto gera muitos negócios.

Todavia, o sexo é considerado algo errado e quem vive dele sofre muito preconceito. Por isso a jovem mulher prefere manter em segredo a sua segunda profissão, já que desta forma evita manchar a sua carreira e aqueles que amam não sofrem com a intolerância de muitos.


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