sábado, 27 de junho de 2015

#QLQRUA: As gerações, a evolução social e a destruição da natureza

Puma concolor - Foto: Divulgação Gramadozoo/Halder Ramos
Uma geração é criticada por inúmeros motivos: a millennium, no qual me enquadro. Mas não vim falar sobre ela, vim para falar sobre as outras, as mais antigas.

Sem críticas a eles, mas defeitos têm. Se hoje temos luz, água encanada, urbanização, desenvolvimento, telefone, internet e oportunidades de ter uma vida melhor que antes é graças a eles. Mas em nome do desenvolvimento perdemos muito e os péssimos resultados vemos agora.

Infelizmente, por causa dos avanços da sociedade moderna nunca se pensou sobre como o meio-ambiente seria essencial para a manutenção e qualidade da vida humana. Hoje para ver um puma só se for no zoológico. Na natureza existem poucas espécies e não muitos animais. O Puma concolor do Leste esta semana, por exemplo, foi decretado como extinto pelo departamento Serviço Americano de Vida Selvagem e Peixe. Nenhum animal desta espécie foi visto nos últimos 80 anos.

Sempre ouvi histórias das belas águas do Arroio Dilúvio. Vi fotos, também, porém dele só conheço aquela água turva, escura e fedorenta que atravessa a Avenida Ipiranga. Recebendo esgoto de diferentes pontos da cidade e servindo de depósito de lixo. Confesso, eu sonho em um dia poder vê-lo limpo e cheio de vida.

Arroio Dilúvio, em 1951/ Foto: Curto Poa
Vejo fotos das praias de Porto Alegre. Os mesmos que me contaram as histórias do Dilúvio também falam do prazer que era se banhar no Guaíba. As praias eram boas para nadar, para fazer pique-nique, para praticar esportes, para namorar. As praias de água doce eram a principal diversão de quem no verão tinha que ficar na quente capital gaúcha. As praias existem até hoje, mas não é possível aproveitá-las, já que o Guaíba está tão poluído que o banho não é recomendado.

Indo para o litoral percebemos outra mudança no cenário natural, porém, este mais recente. Ver as dunas de areias quando se está no mar não é mais possível. Quando eu era bem pequena era. Mas com o boom imobiliário, as casas e prédios nas cidades praianas cresceram mais rápidos que eu. Hoje da beira-mar já não é possível ver as montanhas brancas.

Isso só é parte do problema. Não temos mais como voltar para trás, voltar para o passado. Se as gerações anteriores não mediram esforços para a evolução da sociedade e com isso esqueceram de pensar na natureza, é obrigação das gerações atuais, nisso incluo todas, independente da idade, repensar o crescimento. Nós devemos sim evoluir como cidades e etc, mas pensar nos prós e contras de cada ação. Não será possível tornar tudo igual, contudo, recuperar e acabar com os danos é realizável. Repensar na forma de como evoluímos é pensar também no futuro do planeta.

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