sábado, 14 de novembro de 2015

#QLQRUA: Mulher/Homem feminista. Por que não?

A flor despetalada é uma forma de representar as vítimas da nossa sociedade

Me diga, caro leitor, existe algum problema em ser feminista? Seja você mulher, seja você homem? Para mim não, não há problema algum, pois ser feminista é mais do que gênero, é ser HUMANO.

Há algum tempo saiu na imprensa o Mapa da Violência, divulgado pelo Instituto Sangari. No estudo, de 1980 a 2010, no Brasil foram mais de 92 mil mulheres mortas. No estudo sobre homicídios e juventude no Brasil, de 2013, revela que de 2001 a 2011, o índice de mulheres mortas houve um aumento de 17,2%, ou seja, mais de 48 mil feminicídios. Só em 2011 mais de 4 mil mulheres foram assassinadas, e em 2013, de acordo com a ONU Mulher, cerca de 4.700 mil brasileiras perderam a vida em razão da violência. Grande parte destes assassinatos são causados pelos parentes das vítimas, como os parceiros, namorados, ex-namorados e maridos.

Mas não são só as mulheres que sofrem violência física no País. De acordo com estudo da UNICEF, no Brasil de 1990 a 2013, cerca de 10,5 mil jovens entre 10 a 19 anos são mortos por ano. O que eleva o País como segundo que mais mata jovens no mundo, atrás apenas da Nigéria. A maioria dos assassinados são os meninos das classes D e E, negros e pardos.

Ok, agora tu deves estar se perguntando qual a relação destes dados com o assunto desta crônica. Calma, eu já explico.

O que ambas pesquisas mostram é que a maioria dos violentados são as pessoas que moram em favelas, vilas, subúrbios ou bairros de periferia. Esses que estão, em grande parte, a mercê de uma sociedade machista, patriarcal e racista. Sem direitos a melhores condições de vida, mesmo que no papel, desde a homologação da Constituição Federal de 1988, o direito a moradia, a igualdade, o acesso à cultura, a educação e saúde sejam garantidos a todos que habitam o Brasil.

Ser feminista é defender a igualdade de gêneros, classes, etnias, religiões. Em um resumão, nada mais é do que defender que todos tenham os mesmos direitos e deveres. É querer que ninguém vire refém da sua condição física ou social.

Se tu és homem ou mulher e ficou chocado com o número de mulheres e jovens mortos, defende as diferentes famílias, não concorda e condena qualquer ato de racismo, informo-lhe, tu és feminista. E por que não?!

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Gente, que loucura, estou chegando ao meu objetivo. Com essa são 67 crônicas da série Em Qualquer Rua. Confira todas clicando aqui.

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