domingo, 3 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 1

Quando eu era criança sonhei em virar escritora, mas quando cresci desisti da ideia. Tive então de escolher uma profissão ou vocação. Escolhi a última opção e virei jornalista. Então descobri que além de curiosidade um bom jornalista é um contador de histórias. Redescobri assim uma mania infantil, a de criar histórias. Publico aqui mais um conto. O segundo de mistério que escrevi. O primeiro foi O político e a prostituta, de 2007. Porém, este é bem diferente, para começar demorei dois anos para por todas as ideias no papel (literalmente, pois foi escrito a mão) e mais três para ter coragem para digitar as nove páginas, sendo um ano para mostrar.

Os assassinatos da Rua da Praça é um conto nada previsível. Mas quem ler com atenção descobrirá aos poucos o grande segredo: quem é o serial killer que mata de forma cruel as pessoas que habitam a rua?

Este texto mostra uma evolução da minha escrita se comparar com o primeiro conto (ainda bem, hehehehe). Espero que gostem.

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 Os assassinatos da Rua da Praça


A noite apesar de escura estava bastante calma e comum, porém alguns barulhos estranhos romperam o silêncio. Estalos altos. Pareciam que os gravetos, que estavam espalhados por causa do outono, haviam sido quebrados por pés pesados. Na rua encontravam-se apenas algumas pessoas que caminhavam apressadas para suas casas, nos becos havia alguns marginais escondidos às escuras. Mas o que eram aqueles barulhos, não se sabia ao certo.

O dia amanheceu um pouco nebuloso. O sol se escondia entre as nuvens e seus raios apareciam de forma tímida. As folhas das plantas havia gotas de orvalho e nos carros a geada da noite deixou suas marcas. A rua, assim como toda a cidade, tomou seu ritmo diurno logo cedo. Pessoas saiam de suas casas com passadas rápidas rumo as paradas de ônibus, carros saiam de suas garagens e o barulhinho entre os estudantes começou, assim que eles saíram para suas escolas e cursos. Muitos reclamavam do frio, contudo uma dúvida pairava na cabeça de todos. O que será que eram aqueles sons esquisitos da noite anterior? Para muitos eram apenas galhos que haviam sido esmigalhados por alguém de corpo mais pesado. Tudo mudou esta ideia após um grito forte de pavor. Aninha estava aos berros.

Aninha era uma pré-vestibulanda e saiu minutos antes de casa enrolada em cachecol e casaco de lã. Apesar de ser outono a temperatura naquela semana marcavam no máximo 10 C°. Ela morava perto da praça que dava nome a região “Rua da Praça”. O local era bastante arborizado e um dos locais preferidos dos moradores. Ao abrir o portão para ir ao cursinho, Pompom, seu cachorro de longos pelos brancos, fugiu rumo à praça. Aninha sem pensar correu atrás do malandrinho e ao pegá-lo em meio às árvores soltou o tenebroso grito.


Muitos correram para ver o que tinha acontecido com a jovem, afinal a menina não era do tipo de se assustar fácil. Apesar da frágil aparência ela demonstrava ter uma personalidade fortíssima. Algumas pessoas que foram até a praça para socorrer Aninham ao chegarem até lá perceberam que a menina estava paralisada, olhando para o nada, pálida. As mãos que seguravam o cão tremiam. Um senhor foi até a garota, colocou a mão no ombro dela e em seguida a abraçou forte, colocando a cabeça da menina em seu peito de forma de tapar os olhos dela. Olhando para as demais pessoas que estavam ali ele pediu para alguém chamar a polícia. Havia um homem morto entre as árvores. 

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