terça-feira, 5 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - parte 2


O homem morto demonstrava que estava bem vestido na hora que em que foi brutalmente assassinado. Suas roupas estavam rasgadas, o rosto estava desfigurado, os pulsos amarrados e no pescoço marcas de dentes. Quem fora o cruel a cometer aquela barbaridade?

A polícia quando chegou a praça colheu depoimentos de quem estava ali. Isolou o local e chamou-se a perícia. A cena do crime deveria se manter intacta. No boca a boca corria que o assassino só poderia ser um lobisomem. Outras pessoas, contudo, diziam que o ataque tinha sido de vampiro. O medo começou a se instalar e nunca antes as pessoas tinham procurado tanto por livros sobre personagens lendários. Alguns até passaram a sair armados de casa, com alho e crucifixo. E os mais exagerados tinham também estacas de madeira.

Os dias foram passando e a localidade voltou a ter aos poucos sua rotina normal, mas alguns repórteres ainda transitavam pela rua, principalmente na praça, onde foi encontrado o corpo. Para a polícia o mistério continuava, principalmente porque não se sabia a identidade da vítima, nem o que foi motivo para ele ser morto daquela forma. 

Os moradores da Rua da Praça ainda estavam espantados com o crime. Assim como a polícia, ninguém tinha ideia de quem poderia ser aquele homem. Todos estavam muito preocupados, com exceção de três pessoas.

Jurandir era um velho agricultor que morava em uma pequena casa. Largou o campo para poder cuidar da filha que tinha câncer pulmonar. Com o falecimento da menina, ele se tronou depressivo e frio. Era um homem com poucos amigos, e as más línguas diziam que ele enlouqueceu. Jurandir observou tudo o que ocorreu naqueles dias através de uma fresta da janela da sua casa.

Maria Aparecida era do tipo que dizia que não temia nada. Vivia em um imóvel aparentemente simples e do passado dela ninguém sabia nada. Alguns comentavam que Maria Aparecida havia sido presa por matar o marido e depois esquartejá-lo. O fato é que ela nunca negou o caso. Alguns fofoqueiros, mais alarmistas, diziam que a mulher bebeu o sangue do finado marido após tê-lo matado. Porém, tudo não se passavam de boatos de vizinhança e que não se sabe se as informações eram legítimas.

O terceiro, contudo, não era nenhum suspeito padrão. Diego era do tipo cara “brother”, amigo de todos. Vivia em uma casa bastante movimentada. O jovem morava com os pais, a irmã, o cunhado (no qual ele não simpatizava), duas sobrinhas e uma prima (que tinha sido namorada dele na adolescência). Enquanto todos comentavam sobre o assassinato, ele dava de ombros e dizia: _ Vou me preocupar, por quê? Eu nem sei quem era o dito cujo. 

#Conto

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