Os dias se passaram de forma lenta e gradual. A tarde caia de maneira amena e um belo pôr do sol, que anunciava a chegada da primavera, encerrava aquele dia. Em meio ao burburinho das pessoas ouviu-se um tiro. O barulho vinha dos fundos da igreja. Alguns corajosos foram até lá verificar o que havia acontecido e quando chegaram viram o investigador caído no chão. Alberto tinha levado um tiro na cabeça. No horizonte as pessoas que foram socorrer o pai de Aninha viram um homem correndo e entrando em um carro que saiu em disparada. O carro provavelmente atingiu uns 140 ou 160 quilômetros por hora. As testemunhas não conseguiram definir muito bem a velocidade exata que o veículo poderia ter atingindo, pois a prioridade era salvar a vida do investigador, já que ele era um homem querido por todos os moradores daquela região. Algumas pessoas que presenciaram o fato disseram que o criminoso lembrava muito o delegado.
A polícia chegou junto com a ambulância. Quando os enfermeiros foram colocar Alberto na maca perceberam que nas mãos dele havia um envelope. O objeto foi entregue a outro investigador, porque o delegado não estava presente no momento. No envelope estava o laudo que continha os resultados das causas de mortes das vítimas do vampiro. Em meio aos textos um chamava a atenção:
[...]
Os crimes foram cometidos por um homem que provavelmente possuí uma doença
patológica chamada vampirismo. Quem sofre desta patologia consome sangue e são
conhecidos como hemofágos. Em alguns casos são capazes de cometerem crimes para
conseguirem o que querem.
O
DNA do assassino encontrado nas vítimas é de um hemofágo e não é compatível com
nenhum dos principais suspeitos. Com 99,99% de negatividade [...].
O investigador foi hospitalizado
entre a vida e a morte. Sobreviveu bravamente e os médicos consideraram um
milagre ele não ter ficado com sequelas. Ao acordar e recobrar os sentidos a
primeira coisa que disse era que sabia quem era o vampiro e também quem tinha
tentado matá-lo. O delegado, por sua vez, desapareceu sem deixar rastros.
Ninguém mais o encontrou e muito menos ouviu falar nele depois daquele dia em
que o investigador sofreu o atentado.
Aos poucos a cidade e a Rua da
Praça retornaram aos seus ritmos normais. Sumiram o vampiro e os corpos
mutilados.
(Bruna Santos de Souza. Porto Alegre, de julho de 2009 a 26 de julho de
2011)
Sem comentários:
Enviar um comentário