domingo, 17 de agosto de 2014

#Conto: Os assassinatos da Rua da Praça - Final

Leia as partes anteriores da história.

Os dias se passaram de forma lenta e gradual. A tarde caia de maneira amena e um belo pôr do sol, que anunciava a chegada da primavera, encerrava aquele dia. Em meio ao burburinho das pessoas ouviu-se um tiro. O barulho vinha dos fundos da igreja. Alguns corajosos foram até lá verificar o que havia acontecido e quando chegaram viram o investigador caído no chão. Alberto tinha levado um tiro na cabeça. No horizonte as pessoas que foram socorrer o pai de Aninha viram um homem correndo e entrando em um carro que saiu em disparada. O carro provavelmente atingiu uns 140 ou 160 quilômetros por hora. As testemunhas não conseguiram definir muito bem a velocidade exata que o veículo poderia ter atingindo, pois a prioridade era salvar a vida do investigador, já que ele era um homem querido por todos os moradores daquela região. Algumas pessoas que presenciaram o fato disseram que o criminoso lembrava muito o delegado.

A polícia chegou junto com a ambulância. Quando os enfermeiros foram colocar Alberto na maca perceberam que nas mãos dele havia um envelope. O objeto foi entregue a outro investigador, porque o delegado não estava presente no momento. No envelope estava o laudo que continha os resultados das causas de mortes das vítimas do vampiro. Em meio aos textos um chamava a atenção:

[...] Os crimes foram cometidos por um homem que provavelmente possuí uma doença patológica chamada vampirismo. Quem sofre desta patologia consome sangue e são conhecidos como hemofágos. Em alguns casos são capazes de cometerem crimes para conseguirem o que querem.

O DNA do assassino encontrado nas vítimas é de um hemofágo e não é compatível com nenhum dos principais suspeitos. Com 99,99% de negatividade [...].
O investigador foi hospitalizado entre a vida e a morte. Sobreviveu bravamente e os médicos consideraram um milagre ele não ter ficado com sequelas. Ao acordar e recobrar os sentidos a primeira coisa que disse era que sabia quem era o vampiro e também quem tinha tentado matá-lo. O delegado, por sua vez, desapareceu sem deixar rastros. Ninguém mais o encontrou e muito menos ouviu falar nele depois daquele dia em que o investigador sofreu o atentado.
Aos poucos a cidade e a Rua da Praça retornaram aos seus ritmos normais. Sumiram o vampiro e os corpos mutilados.

(Bruna Santos de Souza. Porto Alegre, de julho de 2009 a 26 de julho de 2011)

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